Gostamos de mudar pelo tédio da rotina. Vemos sites, saímos em férias, mas a mesmice quebrada dura pouco, prezamos a mudança sabendo o que é familiar nos esperam.
A mudança como: casar, nova atividade, casa nova, aposentar, engravidar, ou perder alguém por morte, pode ser dramática. A maioria surge parcelada, só percebemos quando alteram nossos afazeres, porém na fase adulta média são mais evidentes.
A adultez varia entre as pessoas. Uns, nos 40 anos têm filho grande, outros o 1º ou último filho. Nesta fase, pode vir a crise da meia-idade pode desalentar e remeter ao desaguar do nosso rio subterrâneo de preocupação e pressão.
Esta reflexão veio de um encontro com cinco amigos. João, 48 anos, aposentado, 30 anos na empresa, não acha trabalho. Vê-se fracassado ao comparar-se com a esposa trabalhando e não se adaptar à inversão de papéis.
Léa, 52 anos, executiva de multinacional, tem a mãe com Alzheimer morando junto. O trabalho é importante para tratar da mãe e para a aposentadoria. Mas, a tensão é grande.
Juca, 40 anos, enrolado no casamento, tem papel de avô, com o ex-marido da 2ª mulher, no cuidado ao filho deprimido da mulher, e se preocupa com seu filho morando com a mãe e seu companheiro.
Dana, 45 anos, está infeliz. Nada lhe falta, tem casa boa e casamento estável, mas a filha se foi, o marido só trabalha, e sua vida é um deserto.
Jair, 40 anos, frustrado no emprego, quer um negócio seu, a mulher o critica, a secretária o admira e se dispõe a ir para o empreendimento.
Estas pessoas encaram a crise. Têm tensões, desafios, e parecem ter mais perda do que ganho.
Ser adulto é ter perdas, pais precisando cuidado, ninho vazio, morte ou separação do conjuge, menopausa e aposentadoria esbarrando nas questões: Quem sou? O que faço tem valor? É isso minha vida? Tenho futuro? Muitos não admitem ter crise, e outros acham que ela é coisa de mulher.
Umas crises são práticas, como trabalho e família, outras são pessoais. Isso não é fácil e pode durar, mas precisamos mudar a cadeira para crescer e não há compatibilidade eterna entre a cadeira e a pessoa, pois não existe cadeira apropriada para sempre. Crise, interrupção ou transformação representam crescimento.
Estou em meio a uma crise. Houve um tempo em que parecia que o importante ficara no passado e que a vida seria um declínio. Descobri que a segunda metade da vida é boa. O que me desconfortava ou desequilibrava, hoje me estimula.
O melhor é que confirmei que Deus está disposto a se envolver conosco em todas as fases. Ele nos encoraja e fortalece. A fé não diminui sofrimento, perda ou dificuldade, mas ajuda a enfrentrar, a ter objetivo, e a certeza de que Deus está presente em todas as ocasiões. Esta confiança durará para o resto da vida, e ela está à disposição de todos.
Caro leitor, como enfrentas suas mudanças e crises?